O simbolismo da representação do animal, associado à caça, levava a uma imagem realista. Essa imagem realista representava o que ele esperava ter nas mãos: a caça dominada. É sintomático que não havia pintura de rebanho, mas o que se pintava era um indivíduo (um touro, um mamute etc.), pois o objeto da caça era um indivíduo e não o rebanho. Estamos pensando na pintura parietal. Entende-se o realismo da representação de um animal, pois era exatamente aquele animal que o grupo queria caçar, dominar, subjugar. O animal desejado era aquele, tal como se encontrava na natureza. O homem queria dominar o animal e, no mesolítico, ficou clara essa vontade, que se materializou na domesticação dos animais de médio porte.
Milhares de anos antes da domesticação, uma das expressões dessa vontade de dominação foi a pintura de dezenas de mãos que eram associadas aos animais de caça, pintados no mesmo contexto das mãos. O artista colocava a tinta (gordura animal e carvão vegetal?) em sua boca e soprava sobre a mão apoiada na parede, deixando ali, em negativo, a sua mão em torno dos animais, operação que se repetiu com frequência nas grutas e nos abrigos do paleolítico superior europeu.

